A miscigenação entre diferentes culturas e regionalismos misturou o conceito do clássico “vinaigrette” francês ao molho à campanha do Brasil – muitos brasileiros acreditam que ambos sejam a mesma coisa.
Vamos por partes: o molho à campanha é feito com tomates, cebolas e pimentões picadinhos e marinados no vinagre e óleo. Ele se assemelha mais ao pico-de-gallo mexicano (que leva também coentro, pimenta e grãos de milho) ou até mesmo ao pebre chileno (com coentro, tomate, cebola, vinagre e pasta de pimenta). É conhecido em alguns países como “brazilian sauce” – molho brasileiro tradicionalmente servido com carnes e churrasco.
Sua variação de ingredientes e formas de preparo é infinita, assim como a diversidade de pratos que ele pode acompanhar. Podemos brincar com os ingredientes sólidos e também com os ácidos, utilizando frutas como limão, maracujá, maçã verde, abacaxi, entre outras com bom grau de acidez.
Já o tradicional “vinaigrette” é um molho contemporâneo francês – uma emulsão que utiliza líquidos de diferentes densidades e é composto basicamente por azeite, vinagre e sal, muitas vezes também acrescido de mostarda Dijon. Ele é resultado de uma fórmula onde se utiliza três partes de óleo para cada parte de ácido – vinagre ou limão – e é servido com saladas e carnes.
Acredito que a denominação de vinagrete para molho à campanha seja tão conhecida
no Brasil com este nome franco-brasileiro, que já deva possuir licença poética gastronômica para tal.
FONTE: www.revistaversar.com.br