Qual o melhor vinho branco para beber no inverno?
Engana-se quem pensa que vinho branco é coisa para o verão. Se é dos brancos que gosta, saiba quais uvas e países procurar para se esquentar neste inverno!
Mais delicados e frescos, vinhos brancos são indicados para se servir abaixo da temperatura ambiente (de 8 ºC a 14 ºC, dependendo do corpo e intensidade), e é notável como se tornam mais agradáveis à medida que chegam a essa temperatura. Acontece que, justamente por esse fato, a maioria dos apreciadores de vinho acabam por deixar os brancos de lado conforme o avançar do inverno.
Porém, não precisa ser assim.
Agora, é a vez dos brancos no inverno! E para nossa sorte, existe uma infinita variedade de uvas e terroirs, e certamente existe um branco capaz de esquentar até as noites mais frias.
Chardonnay
Diz-se da Chardonnay que é a casta com menos tipicidade, e uma das que mais adquirem as características do terroir, do processo de vinificação e do estágio em carvalho. É fato que cada canto do mundo produz um completamente diferente do outro, porém, se existe uma casta indicada para o inverno, é ela.
Califórnia
A Chardonnay é a branca mais popular do estado norte-americano (praticamente toda vinícola tem ao menos um rótulo feito com a uva). Quanto mais fria a região, melhores os resultados obtidos nos vinhos, mas uma coisa é unânime: a marca registrada dos californianos é a passagem por carvalho. São vinhos que prezam pelas frutas tropicais, sobretudo abacaxis maduros, notas de tostado e baunilha, além de bom corpo – alguns extrapolam o amanteigado e se parecem mesmo com um denso e espesso xarope.
Argentina
Assim como na Califórnia, é também a branca mais comum em todo território Argentino, e a mais exportada também. A maioria deles é simples e chega ao Brasil com preços amigáveis. São extremamente parecidos com os Chardonnays da Califórnia – carregados de frutas e de marcas da barrica -, e até se fala que tentam imitá-los. Se é verdade ou não, o que importa aqui é que são igualmente indicados para os dias mais frios do ano. Quanto mais quente a região, mais álcool terá, o que significa que os mendocinos, além de encorpadinhos, aquecem a boca com alto grau alcoólico.
Borgonha
Uma das únicas duas brancas autorizadas na Borgonha, ao lado da Aligoté, é a nossa francesa escolhida para o inverno. Desde os mais simples, de Pouilly-Fussé, passando por Chablis, até as melhores denominações para a casta (Chassagne-Montrachet, Puligny-Montrachet e Meursault). Os barris de carvalho estão lá, mas não transferem sabores ao vinho, dão estrutura e microoxigenam a bebida de modo que desenvolva sua complexidade de forma mais natural. Com menos presença de frutas, são marcados pelo caráter mineral e acidez alta, sem falar que são encorpadinhos. Ah, e não precisa nem resfriar tanto como os outros brancos, podem ser servidos a 14 ºC.
Chenin Blanc
África do Sul, Argentina, Estados Unidos, França ou Nova Zelândia? A Chenin está dando o que falar nestes países. Seus aromas e sabores de frutas brancas – principalmente maçã e pera -, marmelo, nozes, mel e cevada são a combinação ideal para dias frios. É gordinha, o que garante vários pontos na hora de harmonizações de inverno (pensou em fondue?).
Loire
Tranquilos ou espumantes, secos ou doces. A Chenin Blanc fez jus ao seu berço – o Vale do Loire -, e por lá se dá bem até hoje. É a principal branca da região, onde também é conhecida como Pineau de la Loire, e as melhores denominações são Savennières (dizem vir de lá os melhores Chenin Blancs do mundo) e Vouvray (com clima mais fresco do Loire). Intensos em aromas e sabores, são conhecidos pela intensidade de sabores e aromas e pelo bom corpo. São minerais, tem boa acidez e conseguem envelhecer por décadas.
Semillón
Dá até para se esquentar envolto em lençóis de algodão ao beber um Semillón… Não entendeu? Quando jovens, os vinhos da casta podem ter aromas justamente de lençol de algodão. Uma das brancas mais cultivadas em Bordeaux, onde é normalmente usada em cortes com Sauvignon Blanc, também se beneficia do clima da Austrália e Califórnia. E tem mais, é suscetível à podridão nobre (é de Sauternes que estamos falando!).
África do Sul
Com acidez relativamente baixa, os sul-africanos feitos a partir de Semillón não trazem o frescor dos outros brancos. E isso é algo que só os deixam ainda mais perto dos dias frios quando somado ao fato de serem encorpados. Quando secos, têm delicados aromas citrinos e notas de mel (o que só aumenta com o passar dos anos, afinal, é de um vinho de pelo menos cinco anos de guarda que estamos falando!).
Fortificados
O processo de fortificar um vinho implica diretamente em aumentar o teor alcoólico dele (normalmente com destilado de uva). Podem ser servidos a baixas temperaturas mesmo, pois, neste caso, é o álcool presente neles que vai esquentá-lo neste inverno.
Vinho do Porto
Mais conhecido pelas versões tintas, os vinhos do Porto também fazem brancos de destaque. Feitos principalmente com as uvas Códego, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho, são normalmente usados para se fazer drinks com limão ou até mesmo refrigerante, porém os melhores, envelhecidos em carvalho, têm notas de castanhas, além de tudo o que precisa para se aquecer com estilo!
Jerez
Com versões que variam de secas a adocicadas, o Jerez Oloroso é o mais indicado para o inverno. Com complexidade ímpar, o fortificado espanhol tem grau alcoólico entre 16 e 17%, e, apostamos, vai deixar qualquer dia frio mais alegre. Da cor âmbar, exalam perfume de nozes e outras castanhas. Além disso, são encorpados e podem (ou não) ter toques adocicados.
Fonte: https://blog.sonoma.com.br/